sábado, 14 de novembro de 2009

A Proclamação da República no Brasil e a sua repercussão no Rio Grande do Norte

A Proclamação da República ocorrida aos 15 de novembro de 1889 na capital federal (Rio de Janeiro), provocou, em todos os estados, uma cadeia de atos semelhantes. Os partidários do Regime Republicano, envolvidos num misto de incertezas e euforias, tomavam o poder dos monarquistas decadentes.


Desde meados do século XIX que as idéias republicanas vinham se espalhando pela província através de políticos liberais e de intelectuais não comprometidos com a monarquia. Pedro Velho (líder político do Rio Grande do Norte) e seus parentes, continuando os ideais republicanos de André de Albuquerque Maranhão , mártir da Revolução de 1817, organizaram o Partido Republicano em janeiro de 1889. Assim, quando o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República, o novo regime já contava com grupos suficientemente organizados para se impor. Não havia condições para um retrocesso político, como acontecera em tentativas anteriores.

Ciente da Proclamação da República através de um telegrama que recebera, no dia 15 de novembro de 1889 , por José Leão, potiguar, que vivia na capital do Brasil, o Rio de Janeiro. Pedro Velho redigiu e mandou distribuir o seguinte boletim:


“Brasileiros!


Está proclamada a República!


Povo, exército e armada, na mais patriótica confraternização, sacodem o jugo vergonhoso do Império e firmam os seus foros de cidadãos. Purificou-se, enfim, o continente novo!


Hoje, de um a outro lado pólo, do atlântico ao pacífico, há uma só crença: a soberania popular é a lei americana. A alma nacional inundada de júbilo, destituiu o império e firma-se na capital brasileira um governo provisório composto do grande Quintino Bocaiúva, do invicto general Deodoro da Fonseca e do ilustre Aristides Lobo. A República é a paz, a ordem, a tranqüilidade interna.(...)


São na vida nacional os dois pontos de apoio da nossa futura evolução política, social e econômica.


Viva a República!


Viva a pátria brasileira!


Viva o povo norte-rio-grandense!


Viva o governo provisório! ”


Natal, 15 de novembro. Dr. Pedro Velho



Na verdade, segundo o historiador José Murilo de Carvalho, no seu livro “Os Bestializados”, a Proclamação da República foi conduzida totalmente pela elite, sem que o povo ao menos participasse. As oligarquias estaduais eram monarquistas até o momento em que se viram com o poder político ameaçado, imediatamente, começaram a defender o novo regime para continuar no poder  e com as velhas práticas políticas do Império (as trocas de favores, o coronelismo, paternalismo, fraudes eleitorais, perseguições políticas, etc); sem mudar a estrutura de fome e de miséria do Brasil; assim foi o exemplo do Rio Grande do Norte, quando a família Albuquerque Maranhão, através da liderança de Pedro Velho legitimou a República no Estado.

Viva a República! Viva as mudanças nas estruturas políticas e sociais! Que mudanças?

Artigo: A Proclamação da República e suas contradições na vida política brasileira
 Romualdo Carneiro (professor de História da Rede Pública e Privada de ensino nas cidades Marcelino Vieira e Pau dos Ferros, respectivamente)

Nenhum comentário: